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The Oz:

Um sonhador lúcido por natureza, eu caminho pelas ruas em constante devaneio. Olho a vida ao meu redor com os olhos de Will Eisner e a sensibilidade das histórias de Neil Gaiman. Alguém já me disse que sou o último dos românticos. De alma transparente, de coração ingênuo, calado e meio ermitão, talvez um dia eu me torne uma daquelas figuras mitológicas que dizem andar pelas ruas das cidades cinzas, mas que ninguém nunca viu. No fundo sou só um cara normal, com Orkut e amigos pseudo-malucos. Nada demais. No fundo, somos todos normais, mesmo com a esquisitice em moda.


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Echo

segunda-feira, 31 de março de 2008

You Think I Ain't Worth A Dollar, But I Feel Like A Millionaire

"Vocês sempre se agarram às velhas identidades, faces e máscaras, mesmo depois que elas não servem mais. Mas um dia, você terá que aprender a jogá-las fora."
(Morte, em Sandman - Terra dos Sonhos)

E é isso que tento fazer hoje, como em My Name Is Earl ou Samantha Who?, tento não simplesmente mudar, mas ser outra pessoa, nova. Não sei se uma nova máscara ou simplesmente sem máscara nenhuma, mas... Ah, quanta baboseira!
A única coisa que realmente tô tentando fazer é doar ou queimar coisas, idéias, sentimentos e defeitos velhos para ficar só o que importa e então dar sentido ao ar que entra em sai de meus pulmões.

Enquanto isso, vou lendo Sandman e os livros malucos de Kurt Vonnegut, Flann O'Brien e Douglas Adams, assistindo Lost, Doctor Who, The Office e os dvds do Monty Python, aprendendo a ser adulto e pai, assumindo responsabilidades (alguém leu "contas"?), tomando cerveja e comendo pizza no sábado, "fazendo amor" (achou brega ou piegas? e eu com isso?), engordando, ouvindo coisas díspares como Saint Vitus ("hein?" -> veja eles aqui) e Vítor Araújo (sim, aquele garoto que já foi no Jô e no Altas Horas! não? -> aqui!), trabalhando e lutando com a preguiça para desenhar e escrever coisas melhores do que posts como esse!

Mas não se animem muito com o "novo eu"! Eu ainda sou dramático, inseguro, ansioso e evito relações sociais, só que sem a neura woody-alleniana de antes!
Com 31 anos, careca e sem vida, você começa a não dar mais tanta bola para o que as pessoas vão achar de você (a não ser que envolva um emprego ou cargo novo -> leia-se "dinheiro" -> leia-se "sobrevivência")!
É como se eu me sentisse como um milionário, mesmo que todos digam que não tenho R$1,00 no bolso. E assim a gente vai vivendo...

postado por The Oz às 11:12 |

segunda-feira, 24 de março de 2008

A Caixa das Coisas Mortas

Cora chegou em casa com uma melancolia que havia adquirido na rua ou no trabalho - não tinha certeza - como quem pega um resfriado. Jogou sua bolsa e blusas no sofá, fez sua ronda humana pela pequena kitnet e então parou diante da janela e contemplou a enorme e sombria lua, como a tempo não via numa cidade tão coberta por nuvens negras. Sentiu o luar entrar em sua alma e a melancolia espremer seu coração como uma mão espreme uma banana. Quase podia sentir sua felicidade viscosa escorrer pelos dedos.
Lembrou-se da caixa e foi até a cama, ajoelhando-se e puxando-a lá debaixo. Parecia uma simples caixa de papelão, mas era na verdade sua Caixa de Coisas Mortas. Abriu a caixa e logo pode sentir a brisa do Hades. Tirou de dentro alguns discos velhos, alguns livros, fotos, cartas e outras bugigangas. E então tirou ela. A boneca de pano.
Ficou alguns minutos que pareciam horas simplesmente sentada no chão, encostada na parede, deixando-se morrer, assassinada pelos pensamentos melancólicos que trouxera de fora. Foi então quando decidiu voltar de onde havia sido resgatada e, com uma bela faca de carne pega na cozinha, fez do chão um mar de sangue e ficou olhando a lua, até tudo escurecer.
Mas a escuridão foi breve e logo ouviu alguém chamar. Era voz de uma menina. Olhou para os lados e a viu, a boneca de pano, em pé e lhe dizendo numa voz sombria e triste:
- Muito tempo. Mas achei que não nos veríamos mais.
Cora não sabia se estava morta ou se a boneca de pano havia adquirido vida.
- Por quê? - perguntou Cora ensangüentada.
- De que adianta filosofia e resposta aos mortos?
As duas ficaram em silêncio, admirando aquela lua iluminada, tão difícil de se ver numa cidade coberta por nuvens negras.

postado por The Oz às 12:17 |

segunda-feira, 17 de março de 2008

Tratado Sobre os Sintomas Psicológicos de "Estar Doente"

Nesses tempos modernos de assepsia e fragilidade imunológica do ser humano, diante de um ambiente hostil à saúde, com aquecimento global, altos índices de poluição e altos preços das mensalidades escolares, viver em uma grande cidade como São Paulo, com suas repentinas mudanças de temperatura, seu meio ambiente totalmente transmodificado pela massiva invasão viral de carros, onde homens, mulheres, crianças e gays têm que viver em enormes redomas de concreto armado ao qual dão nomes de shopping centers ("mall", em inglês), escravizados pelo ar artificial sabor morango dos ar-condicionados, sempre com temperatura extremamente diversa e adversa da exterior (para o nosso bem), seres geneticamente inferiores, que trazem em seus códigos os genomas de rinites, sinusites, bronquites e óculos de armações pretas, acabam seriamente constipados e adoecidos, gripados, resfriados e presos em ganchos para assar.
Diante de tais sintomas, tão complexos e perplexos, esses seres apresentam um comportamento típico, o qual é sempre expresso com locuções verborrágicas complexas e cheias de sentido ambíguo e expressividade artística, refletindo um sentimento psicológico patológico intrínseco cheio de sentido filosófico e moral, normalmente descrito da seguinte maneira:
- Estar doente é uma merda!

postado por The Oz às 11:34 |

terça-feira, 4 de março de 2008

Sonho Propaganda

Eu e mais dois caras estamos em algum país estrangeiro indecifrável. Uma mistura de Chile com Estados Unidos. Vamos na lanchonete, compramos um lanche e pagamos com cartão. Passamos em mais algum lugar e novamente pagamos com cartão. Aí decidimos conhecer a cidade com uma espécie de trem-metrô.
- Eles só aceitam dinheiro, e não temos dinheiro local, só cartão - diz um dos meus companheiros de viagem.
Aí, no melhor estilo propaganda do horário nobre, eu saco meu cartão de banco e digo, sorrindo:
- Sou cliente Citibank. Posso sacar dinheiro na moeda local em mais de 160 países!
E saímos à procura de um caixa eletrônico...

Será efeito colateral do trabalho ou estão me fazendo uma lavagem cerebral enquanto durmo, já que quase não assisto mais televisão? o.O

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Podem falar o que for, mas tem coisas que de vez em quando me fazem lembrar de porque gosto e sempre gostei de rock, sobretudo do heavy metal.
No último domingo finalmente fui ver o Iron Maiden ao vivo, depois de 16 anos de enrolação pra ir! E o que mais mexeu e sempre mexe comigo foram coisas que não se vê em show de Maria Rita nem de NXZero: a energia, todo aquele povaréu cantando junto todas as músicas, pessoas de todas as idades e bolsos, o coro em harmonia com a banda em músicas que arrepiam os pelos do braço, a cara de "estou me divertindo pra cacete" dos músicos - mesmo depois de 30 anos na estrada - a emoção de Bruce Dickinson quando fala sobre o que é tocar no Brasil e a paz com que 40 mil pessoas foram ao estádio, viram o show e foram embora, sem quase nenhuma confusão, mesmo com todos os bares em volta dos estádio estarem lotados de cervejamaníacos desde horas antes do show.
Um show memorável e emocionante, como quase sempre em bons shows do bom e velho rock'n'roll!
É isso aí!

postado por The Oz às 12:03 |