ImageHost.org

The Oz:

Um sonhador lúcido por natureza, eu caminho pelas ruas em constante devaneio. Olho a vida ao meu redor com os olhos de Will Eisner e a sensibilidade das histórias de Neil Gaiman. Alguém já me disse que sou o último dos românticos. De alma transparente, de coração ingênuo, calado e meio ermitão, talvez um dia eu me torne uma daquelas figuras mitológicas que dizem andar pelas ruas das cidades cinzas, mas que ninguém nunca viu. No fundo sou só um cara normal, com Orkut e amigos pseudo-malucos. Nada demais. No fundo, somos todos normais, mesmo com a esquisitice em moda.


arquivos


blogs amigos

Designer na Pista
Blog da Bispo
Bqvrd
Tanto-faz
Guilherme Montana
Pseudologia Fantástica
Mult Pass
A Frase do Dia É
Acetoso
Nathíssima
Felim Propano
Subversiva

créditos

Powered by Blogger

Echo

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

O Mundo de Oz - Prelúdio

Oh, tão ediondo Mestre dos Sonhos
Que me faz sonhar em forma de poema.
Eu, que nada tenho de poeta - ou tenho?

Oh, sim. Tenho deles o eterno devaneio,
O modo romântico de ver o mundo e a melancolia.
Essa sim - a melancolia - poética e inútil!

Meu coração, pesado, relutou em continuar a bater
Tamanha angústia por nada - pelo quê?
Por uma vida besta e atormentada!

Anjos e demônios lutam dentro de minha cabeça
Como se houvesse alguma coisa valiosa dentro dela
E tudo o que me resta é tristeza!

Já não aguento, nem posso mais viver assim
E talvez isso me assemelhe a um poeta...
Pois serei um poeta morto, oh sim!

Me entregarei à morte, mergulharei no escuro
E contra a tudo que é "certo", partirei para as Trevas,
Morto e morte, seguindo a lua congelante no céu...

Abriu os olhos. Uma enorme lua branca e sinistra iluminava tudo à sua volta com um tom azulado e sombrio. Sentiu frio, muito frio. Estava no chão. Sentiu a terra e a grama ao se apoiar para levantar-se. Então, percebu que estava num cemitério e uma pesada nebilna caía com a noite. Em questão de segundos, só pode ver o que estava bem próximo e a esfera da lua se mostrava sem contornos por detrás da névoa, mas ainda assim iluminava como um sol pálido.
- Ah, eu adoro essa neblinas. - disse uma voz feminina - Nos faz caminhar sem saber o que há no próximo passo.
Fez um esforço e conseguiu enxergar alguém sentado sobre um túmulo. Deu dois passos e conseguiu vê-la. Era uma garota, branca como gelo, cabelos pretos e lisos até a altura dos ombros, roupa preta, pulsos com enormes cortes abertos e um boneca de pano nos braços.
- Oi, Oz. - ela disse.
- Quem é você? A Morte?
Ela riu.
- Não, quem me dera... - pulou do túmulo e caminhou até ele - Meu nome é Cora. - e estendeu a mão para que ele a cumprimentasse.
- Ah, oi Cora. Do que você me chamou? Meu nome não...
- São só nomes. Primeira vez?
- Hã?
- Primeira vez que você morre?
- Eu não...
Ela apontou para alguma coisa atrás dele. Se virou e percebeu que estava sobre um túmulo no chão e havia uma lápide. Dizia, com caracteres quase inteligíveis: "Oz, tenha paz, nunca descanse..." Começou a se sentir confuso.
- Mas eu não...
- Hum... Normal. Com o tempo você acostuma. Vem! - e puxou ele pelo braço, mergulhando na névoa sinistra.
- O que é? - perguntou ele?
- Você vai saber quando eu te mostrar!
Mas sua inquietude não lhe permitia esperar...
- Me mostre logo! Eu nem sei o que estou fazendo aqui... Isso é um sonho ou o quê?
Ela olhou para ele com um daqueles olhares que ele não entendia.
- É o seu sonho dos sonhos. Nada mais...

postado por The Oz às 11:49 |